sábado, 30 de abril de 2011

FILHOS DA CARIDADE - UMA HISTÓRIA.

Jean-Emile Anizan é atraído pelos pobres e pelo seu modo de viver. É através da situação dos pobres que o padre Anizan consagra a sua vida a Deus, através da vocação religiosa. Doravante, o fundador dos Filhos da Caridade visita os pobres, reza por eles e promove o ministério popular salientando as riquezas e qualidades do povo.
Na época, alguns setores de nossa Igreja não se preocupavam com os pobres e os padres eram mais uma espécie de "funcionários do altar". No caso de padre Anizan, havia o socorro aos pobres, o ensinamento dado com base no Evangelho de Jesus Cristo e os populares iam se unindo para lutar por melhores condições de vida. A ação social desenvolvida pelo padre Anizan era uma ação apostólica. Com todo este ardor evangelizador um fato era incontestável, "sem o serviço aos pobres, padre Anizan ficaria entristecido".
Hoje, passados 93 anos de sua páscoa (aconteceu no dia 01/05/1928), nós, religiosos Filhos da Caridade, apreciamos os progressos sociais e avanços tecnológicos, desde que sejam ferramentas evangelizadoras; somos contra aqueles que defendem as mudanças na CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) de modo pernicioso ao trabalhador(a); condenamos o arrocho salarial e a maximização do lucro; protestamos contra a insegurança, principalmente quando as vítimas são os nossos jovens (riqueza de nossa Igreja) e tentamos apoiar as famílias no sentido de evitar a desestruturação familiar.
Seguimos na luta, queremos ser fieis à nossa história e trabalhamos em prol de um mundo cristão, pelo qual a justiçva e a paz se abraçarão.

Padre Luiz, fc  

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O QUE DEUS ESPERA DE MIM?

"Eis que venho para fazer a vossa vontade. Eis-me aqui Senhor, que queres de mim? Já me respondestes, destinastes-me aos vossos filhos mais queridos, à parte preferida de vosso rebanha" (Padre Anizan) 
"Meu Deus, eu quero o que vós quiserdes. Eu não sou nada, não colho nada de mim mesmo, mas Senhor, eu amo-vos. Deus, a vontade de Deus, eis tudo. Que importa amanhã, que importam os sofrimentos, que importa a inutilidade, que importa tudo, o importante é que a vontade de Deus se cumpra"
(Padre Anizan)


Para o padre Anizan, esta indagação "O que Deus espera de mim?" o acompanhará para toda a vida. Jean-Emile Anizan (padre Anizan), apesar de pertencer à classe média, sempre ficou irrequieto ao olhar a situação da grande maioria da população, composta de pobres e trabalhadores. Seu contato com os trabalhadores na fábrica de gás com grandes focos de insalubridade, deixava-o entristecido, pois em seu íntimo, a justiça tocava o coração.
Padre Anizan achava-se na obrigação de fazer algo para este povo pobre, trabalhador e sofrido e assim o fez. Primeiramente, colocou Deus e sua vontade acima de tudo, condenando aqueles que adoravam o deus-dinheiro. Com o uso da não violência, auxiliou os trabalhadores de sua época, evangelizando-os e os tornando evangelizadores. Ele sabia o que Deus esperava dele e aceitou a missão, apresentando a todos Deus misericordioso e caridoso, preocupado com a vida e fazendo opção preferencial por aqueles que tem a vida ameaçada de sucumbir.
Foi servindo aos irmãos que padre Anizan glorificou a Deus e ainda hoje, 92 anos depois da fundação de nosso Instituto, o desejo do padre Anizan não é ideologia, mas uma missão a ser vivida.


Padre Luiz,fc


domingo, 24 de abril de 2011

DOMINGO DE PÁSCOA - TESTEMUNHAS DO RESSUSCITADO

O ideal do cristão é testemunhar Jesus Cristo ressuscitado e este ideal leva-nos a refletir, que tipo de testemunhas nós somos.
Na época do anúncio da ressurreição de Jesus Cristo, era difícil para as comunidades acreditar neste mistério da fé. Para Maria Madalena, havia o pensamento que alguém havia roubado o corpo de Jesus Cristo, para Pedro, era difícil crer nesta ressurreição, principalmente pelo fato de crer num Jesus Cristo salvador apenas dos judeus. No entanto, a fé destes cristãos foi amadurecendo no seguinte sentido:
  • Maria Madalena: Ela não desisitiu em procurar Jesus Cristo, mas ela desejava estar junto com o Mestre. Ela não se acomoda e nem se dá por vencida, mas sua ousadia será recompensada em ser testemunha da ressurreição do Filho de Deus.
  • Pedro: Apesar de sua boa vontade em seguir Jesus Cristo, permanece na dúvida. Pedro demorou um pouco mais para crer na ressurreição de Jesus Cristo e sua crença aconteceu na casa de um centurião romano, um  gentil (pagão),  e este fato assinala a salvação de Deus para todos, desde que haja prática da justiça. Pedro se converte numa casa, mostrando a importância de nossas comunidades eclesiais de bases.
  • Discípulo Amado: O discípulo amado é aquele que vê e já acredita na ressurreição de Jesus Cristo e entra na dinâmica do "VINDE, VEDE, ANUNCIAI". Este discípulo mergulhou mais rapidamente em Jesus Cristo e nos revela que existem pessoas capazes de escutar o kerigma e anunciá-lo sem problemas.
São três tipos de testemunhas; e diferentemente, de acordo com sua maturidade de fé vão se conscientizando sobre a ressurreição de Jesus Cristo. Uns demoram mais, outros menos, mas na verdade, elas creram e trabalharam evangelizando os povos, colocando como base a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.

Padre Luiz, fc.



sábado, 23 de abril de 2011

SÁBADO SANTO - VIGÍLIA PASCAL

Em toda a Igreja Católica, ressoa em alta voz a frase afirmativa: "JESUS RESSUSCITOU". O Deus que caminha conosco, com o povo pobre e trabalhador, vence a morte e mostra o mistério central de nossa fé.
A Ressurreição de Jesus Cristo, o primeiro Filho da Caridade que existiu, vem ensinar que o ser humano não é o centro da criação, mas pelo contrário, segundo a tradição judaico-cristã; "Deus é fonte de toda vida" e se faz onipotente convidando o ser humano a participar de sua Ressurreição. Doravante, somos convidados a nos colocarmos em marcha, em prol do projeto Divino de Vida e Liberdade; orintando a nossa vida conforme a "Volunta Dei" (Vontade de Deus), trabalhando pela vida, não sendo ímpio e nem injusto.
No Antigo Testamento as profecias são anunciadas e no Novo Testamento elas são cumpridas. As promessas são cumpridas e quem primeiramente recebe o anúncio da Ressurreição são as mulheres (pobres e sem influência social), porém, a Palavra de Deus não pode ficar parada, mas há de ser anunciada sem medo, para que todos tenham vida e vida em abundância, evitando o pecado e trabalhando organizadamente para que a Vida vença a morte.
A Luz venceu as Trevas
A Caridade venceu o ódio;
A Justiça supera as injustiças;
A Compreensão supera a incompreensão;
O Amor triunfa sobre o ódio
A Vida triunfa sobre a morte

JESUS RESSUSCITOU



quinta-feira, 21 de abril de 2011

CEIA DO SENHOR - QUINTA-FEIRA SANTA

Na liturgia de quinta-feira santa (missa vespertina) podemos perceber a preocupação do apóstolo Paulo em fazer da Eucaristia uma doação total de igualdade, fraternidade e solidariedade entre os seres humanos. É uma constatação e ao mesmo tempo nos leva a uma indagação: "O cirstão que comunga Jesus Cristo Eucarístico, como é aconselhado a se comportar?". Para responder a estas perguntas podemos recorrer em três relatos escritos nas Sagradas Escrituras:

  • A Eucaristia nos conduz a celebrar a Páscoa no Espírito de caminhada (Ex. 12, 1-14): O Povo do antigo Israel se organizou para se livrar da opressão, entrando num grande mutirão pela vida e pela liberdade.Hoje, este engajamento de nossas comunidades nos alerta a termos gestos capazes de proteger e curar o nosso planeta. Deus caminha conosco e também com a flora e fauna de nosso planeta.
  • A Eucaristia é instituída por Jesus Cristo (1Cor 11, 23-26): Participar da Eucaristia é acolher com gratidão, a grande graça de Jesus Cristo, que nos alimenta com seu próprio corpo e sangue. Doravante, a eucaristia pede a partilha mostrando que eucaristia e solidariedade estão vinculados.
  • Jesus é modelo de servidor (Jo 13, 1-15): Jesus além de instituir a Eucaristia como sacramento, mostra que a comunhão eucarística é fundamentada no serviço ao próximo, à luz do Evangelho.O gesto do lavapés, condena os gestos de poder autoritário mas valoriza o poder-serviço colocando todas as pessoas em pé de igualdade e justiça. A Igreja de Jesus Cristo é chamada a ser servidora ao invés de ser servida.

A quinta-feira santa comemora a instituição da eucaristia e do sacerdócio como sacramentos. Os padres são ordenados a estarem a serviço da comunidade, mas caminhando com ela de acordo com a vontade de Jesus Cristo, muitas vezes diferentes dos anseios humanos e assim, vamos levar Jesus Cristo a todos que ainda não conhecem O Filho de Deus, pois no final, a felicidade será compartilhada por todos e conseguiremos dar sentido à vida humana com gestos de solidariedade, fraternidade e igualdade.  

Padre Luiz, fc

domingo, 17 de abril de 2011

DOMINGO DE RAMOS - 17 DE ABRIL DE 2011

Diz o Evangelho que Jesus estava em Betfagé (casa dos figos ácidos) e confia a dois discípulos a missão de iniciar os preparativos para a Páscoa judaica. O Filho de Deus está vivendo suas últimas 24 horas de vida terrena e este dia começa, com Jesus Cristo entrando em Jerusalém (sede do poder político e religioso). Jesus entra como justo, pobre e desarmado, e é homenageado com folhas das árvores demonstrando a natureza que reverencia ao Filho de David, de modo harmonioso com o ser humano.
Jesus Cristo entra triunfante, mas não esqueçamos que Ele incomoda os mandatários de um sistema injusto. É este sistema que prende Jesus Cristo, acusa-o, gera resistências, pune inocentes, aliena o povo, não se preocupa com a vida, zomba dos sofredores, tira Deus da vida das pessoas e por fim mata.
Jesus Cristo, não entra no jogo deste sistema de morte, mas pelo contrário, Ele assume a função de Servo, traz esperança a um povo que sofre, por causa das armações maquiavélicas dos poderosos políticos e religiosos e deposita sua obediência unicamente em Deus.

SEMANA SANTA - 17 A 23 DE ABRIL


O QUE PODEMOS PARTILHAR NESTA SEMANA SANTA:
  1. Jesus Cristo vai ao encontro do Pai com liberdade de filho.
  2. Ele é bendito porque vem em nome do Senhor.
  3. Cristo Sacerdote institui o Sacramento do Amor.
  4. Cristo, Verdadeiro Cordeiro Pascal.
  5. Jesus Cristo é a Luz do Mundo.
  6. Jesus Cristo ressuscitou, nova criação e novo êxodo.
Que Jesus Cristo seja sempre o centro de nossas vidas.

JESUS DE NAZARÉ

Jesus de Nazaré percorria os caminhos sendo testemunha do Deus da Vida. Aproximava-se dos homens e mulheres nos seus diferentes lugares, situações pessoais e comunitárias; dos trabalhadores, dos desempregados, dos pobres, explorados e doentes; alegrava-se com o povo e comovia-se profundamente "sentia compaixão por eles, porque andavam como ovelhas sem pastor"(Mc 6, 34). Jesus Cristo levou uma forma de vida como revelação de Deus, por isso, a vida dos Cristãos deve ser o seguimento do que está expresso nas Bem-Aventuranças, isto é, uma existência como verdadeira experiência de fé que se manifesta na solidariedade, na preocupação do bem comum e na luta pela justiça, anunciando os bens do Reino de Deus a toda a criatura, de forma humilde, discreta, autêntica, como irmãose irmãs da Igreja, Povo de Deus, que sente os seus dias e suas noites centradas numa fé feita de experiência de vida.

sábado, 9 de abril de 2011

Lázaro que volta a Viver.

É o último domingo da quaresma e nos traz o episódio de Lázaro (Deus ajuda). O Evangelho joanino mostra sete sinais feitos por Jesus: A transformação da água em vinho nas bodas de Caná; a doença de um filho do funcionário real; o paralítico à beira da piscina de Betesda; a fome do povo; o barco dos discípulos ameaçados pela água do mar; o cego de nascença e finalmente, a morte de Lázaro.

O Evangelho de João tem um estilo sacerdotal e por isto, o recado volta-se a todos e com mais intensidade a quem é batizado, porque, o batizado é sacerdote, rei e profeta. Analisando neste prisma, percebe-se que todo sacerdote (batizado) tem algumas ações bem específicas:



  1. Busca ajuda para quem está doente e não o abandona.


  2. Não tem medo de evangelizar as pessoas, independentemente do lugar.


  3. Sabe interpretar o que existe na realidade.


  4. Não compactua com a morte.


  5. Busca trazer a pessoa à vida e combate as estruturas da morte.


  6. Professa sua fé em Jesus Cristo morto e ressuscitado.


  7. Vai ao encontro de Jesus Cristo.


  8. Vive liberto das opressões e escravidão.


  9. Vive segundo o Espírito.


  10. Comove-se e fica triste em ver as pessoas sem ânimo de vida.


  11. Liberta dos túmulos e das trevas impostas pela vida.


  12. Dá condições à pessoa para viver e caminhar livre.

O sacerdócio inaugurado por Jesus Cristo é muito prático, requer disciplina e decisão para mudar de vida, converter-se e mostrar que somos parte de um povo sacerdotal que está a serviço do Reino de Deus. Esta missão depende de cada um de nós.



Padre Luiz Carlos, fc


sexta-feira, 1 de abril de 2011

O SACRIFÍCIO ESPIRITUAL

A oração é o sacrifício espiritual que aboliu os antigos sacrifícios. Nós somos verdadeiros adoradores e verdadeiros sacerdotes, quando, orando em espírito, oferecemos o sacrifício espiritual da oração como oferenda digna e agradável a Deus, aquela que ele mesmo pediu e preparou.

Esta oferenda é apresentada de coração sincero, alimentada pela fé, preparada pela verdade, íntegra e inocente, casta e sem mancha, coroada pelo amor, é a que devemos levar ao altar de Deus, acompanhada pelo solene cortejo das boas obras, entre salmos e hinos, ela nos alcançará de Deus tudo o que pedimos.

Nos tempos passados, a oração livrava do fogo, das feras e da fome; e no entanto ainda não havia recebido de Cristo toda a sua eficácia. A oração cristã vem em auxílio dos que suportam a dor com paciência, aumenta a graça aos que sofrem com fortaleza para que vejam com os olhos da fé a recompensa do Senhor reservada aos que sofrem pelo nome de Deus.

A oração autêntica vela pelo bem dos perseguidores e roga pelos inimigos. Consequentemente, a oração não tem outra finalidade senão tirar do caminho da morte as pessoas, robustecer os fracos, curar os enfermos, libertar os possessos, abrir as portas da prisão, romper os grilhões dos inocentes. Ela perdoa os pecados, afasta as tentações, faz cessar as perseguições, reconforta os de ânimo abatido, enche de alegria os generosos, conduz os peregrinos, acalma as tempestades, detém os ladrões, dá alimento aos pobres, ensina os ricos, levanta os que caíram, sustenta os que vacilam, confirma os que estão de pé.

Que dizer ainda da oração? O próprio Senhor também orou; a ele honra e poder pelos séculos dos séculos.


Do Tratado sobre a oração, de Tertuliano, presbítero.

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