sábado, 26 de fevereiro de 2011

CONFIANÇA EM DEUS

A prioridade primeira dos cristãos é fazer o Reino de Deus acontecer na Terra. Neste VIII Domingo do Tempo Comum, Jesus nos alerta para duas situações:
  1. Cuidado com a ganância pelo dinheiro: Na época de Jesus Cristo, os ricos colocavam sua confiança no deus dinheiro e assim cometiam idolatria, oprimindo muitos pobres que existiam. O sistema econômico, social e político da época fazia que os ricos se tornassem mais ricos e os pobres ficassem mais miseráveis. É semelhante ao que acontece em nosso país atualmente quando se fala em uma melhor distribuição de renda.
  2. Cuidado com preocupações secundárias: Alguns cristãos contemporâneos de Jesus preocupavam-se demasiadamente com bens materiais ou objetos secundários, incapazes de trazer felicidade às pessoas. Era como se as pessoas ficassem preocupadas em encontrar culpados pelá situação de sofrimento e se acomodassem no sofrimento sem reagir, para melhorar de vida.
A confiança em Deus é uma opção de vida traduzida pela busca do Reino de Deus e pela sua justiça. A justiça do Reino emana da busca sincera e revela-se no modo de proceder daqueles cuja vida está centrada na realização dos projetos de Deus. Nesse sentido, justiça é sinônimo de amor misericordioso, solidariedade fraterna, de perdão reconciliador, de igualdade respeitosa e de empenho na construção da paz. (Roteiro da CNBB)
Padre Luiz, fc.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

OBJETIVOS DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2011

Para a Campanha da Fraternidade de 2011, a Igreja no Brasil propõe como objetivo geral: contribuir para a conscientização das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas, e motivá-las a participar dos debates e ações que visam enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta.
Para atingir este objetivo, são propostos os seguintes objetivos específicos:
  1. Viabilizar meios para a formação da consciência ambiental em relação ao problema do aquecimento global e identificar responsabilidades e implicações éticas;
  2. Promover a discussão sobre os problemas ambientais com foco no aquecimento global.
  3. Mostrar a gravidade e a urgência dos problemas ambientais provocados pelo aquecimento global e articular a realidade local e regional com o contexto nacional e planetário.
  4. Trocar experiências e propor caminhos para a superação dos problemas ambientais relacionados ao aquecimento global.
Serão adotadas as seguintes estratégias:
  • Mobilizar pessoas, comunidades, Igrejas, religiões e sociedade para assumirem o protagonismo na construção de alternativas para a superação dos problemas socioambientais decorrentes do aquecimento global.
  • Propor atitudes, comportamentos e práticas fundamentadas em valores que tenham a vida como referência no relacionamento com o meio ambiente.
  • Denunciar situações e apontar responsabilidades no que diz respeito aos problemas ambientais decorrentes do aquecimento global.
TEXTO BASE DA CF 2011.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2011

A Campanha da Fraternidade de 2011 aborda o tema do aquecimento global e das mudanças climáticas. A considerar as intempéries climáticas que estão sistematicamente assolando as populações, de forma cada vez mais intensa e em quantidade sempre crescente, a temática é plenamente justificável.
No entanto, é necessário dizer que a questão é envolta de polêmica. A causa desse desequilíbrio climático é discutida pelos pesquisadores e basicamente existem dois grupos. Há os que entendem que o aquecimento global é oriundo de processos da própria natureza e os que afirmam que o planeta está apresentando aquecimento devido às grandes quantidades de emissões de gases de efeito estufa, que se intenficaram a partir do momento da industrialização de muitos países, ou como alguns preferem, é resultante de causas antrópicas.
A resolução deste impasse nos meios especializados não parece ser fácil. Mas uma coisa é indubitável, nossa experiência constata que mudanças climáticas estão em curso e que já alteramos substancialmente o planeta. E, considerando que o clima da terra é resultante, em parte, da interação dos seres vivos que o habitam, torna-se difícil negar que alterações, como a derrubada de florestas, modificações nas águas marinhas e na atmosfera, que recebeu uma carga imensa de gases de efeito estufa, não contribuam para as mudanças climáticas que observamos.
E a considerar a gravidade da situação e de suas consequências, basta citar que órgãos da ONU já falam na existência de 50 milhões de "migrantes do clima", não podemos deixar de agir em prol de melhores condições para o nosso planeta. Sobretudo, porque, o aquecimento global e as mudanças climáticas exigirão mais sacrifícios dos mais pobres e menos protegidos. Cruzar os braços diante de tal desafio significa irresponsabilidade tamanha para com as gerações futuras, pois ainda podemos fazer algo em prol da vida no planeta.
Neste sentido, a identificação das ações que mais emitem gases de efeito estufa é um passo importante para buscarmos alternativas que resultem em menores índices de emissões de gases de efeito estufa, como pretendemos nesta Campanha da Fraternidade.
Que a Palavra de Deus (Dei Verbum) e a caminhada quaresmal rumo à Páscoa de nosso Senhor Jesus Cristo possam nos despertar para o exercício do cuidado para com a vida no planeta que pede socorro.
TEXTO BASE DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2011

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Jardim Alzira Franco - 1992

Era o ano de 1992 quando o ex-prefeito Newton Brandão decidiu colocar na rua 1200 famílias que ocupavam um terreno no Jardim Alzira Franco. Dentre a opinião popular, algumas falas preconceituosas sobre os moradores serem um bando de bagunceiros e folgados que queriam morar de graça.
Graças a Deus, nem todos os populares pensavam assim e dentre aqueles(as) que defendiam os sem teto estavam o padre José Mahon e Luiz Carlos, hoje padre Luiz Carlos, religiosos que hoje vivem na paróquia de São Geraldo. Lembro-me que houve abuso de poder por parte dos policiais e da prefeitura municipal e infelizmente, a força venceu naquele momento a Caridade.
Após o feito, era hora de organizar o povo e uma das formas veio através de uma carta escrita pelo Luiz e enviada para todos os setores envolvidos nesta anomalia, inclusive aos governantes municipais. Os correligionários do prefeito municipal não gostaram do teor da carta e alguns deles, chamaram-me de "cidadão vermelho" ou "subversivo". Fiz o que fiz, fiquei sabendo que o padre Mahon também denunciou os abusos e por fim, com estas medidas a opinião pública ficou ao lado dos moradores sem teto, repudiando as ações governamentais.
Hoje, passados 29 anos, as pessoas estão morando dignamente, o ex-prefeito já falecido, nunca mais conseguiu se eleger depois de deixar a prefeitura andreense e mostramos a estas autoridades que o bom político, servidor da população, oferece condições aos governados de adquirirem um lugar digno para viver.
Mais um aventura de luta que tivemos êxito, mostrando que os Filhos da Caridade sempre estão e sempre estarão ao lado dos pobres e trabalhadores.
Padre Luiz Carlos, fc.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A PROPOSTA DOS FILHOS DA CARIDADE

Os Filhos da Caridade tem uma proposta de vida e ação muito simples:

  1. VIDA RELIGIOSA E ORAÇÃO EM EQUIPE: Somos contra o individualismo, alimentamo-nos espiritualmente para ir ao encontro das pessoas, conscientizando-as sobre seu papel na família, na Igreja e na sociedade, à luz do Evangelho de Jesus Cristo.
  2. COMPROMISSO COM A CLASSE TRABALHADORA EXPLORADA: Nosso carisma consiste em evangelizar os pobres e trabalhadores. Pensamos que o dinheiro deve ser colocado a serviço da dignidade humana e nunca acima do ser humano. Lutamos contra estruturas injustas e o fazemos através da formação das pessoas, de modo que elas próprias sejam agentes de sua própria libertação. Para nós, não basta estar trabalhando, mas também é preciso ter um salário justo.
  3. SOMOS PADRES A SERVIÇO NAS DIOCESES: Em nenhum momento queremos viver como religiosos afastados da diocese, como se fosse um gueto. Somos servidores da vontade de Deus, trabalhando missionariamente nas periferias das grandes cidades, anunciando através das obras o amor de Deus pelo ser humano em unidade com o clero secular e com as outras congregações religiosas.
É uma proposta a ser vivida sempre. muitos já o fazem e outros estão no início, porém a nossa proposta é muito atual para os nossos dias.
Padre Luiz Carlos, fc.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

PORTA ABERTA AO FAMINTO

Em julho de 1993, nossa paróquia São Geraldo foi informada da situação calamitosa do Nordeste em geral e de Crateús em particular. Lá, morria de duas a três crianças por dia em consequência da pior seca dos últimos cinquenta anos. O que fazer?
Tudo começou com um jejum de uma semana na capela Nossa Senhora da Caridade (que nesses dias ficou aberta dia e noite).
Às 6h da manhã havia um primeiro tempo de oração. Na oração da noite, às 19h o número dos presentes aumentava cada vez mais. Na sexta-feira, perto de 500 pessoas se apresentaram organizadas em setenta grupos de sete, cada um com um nome (o meu era "Jesus Pobre").
As pessoas receberam um cartão verde com as iniciais "PAF" (Porta Aberta aos Famintos). Iam colocar este cartão na porta de entrada de sua casa. Agora, em cada mês, todos se encontram para a Eucaristia e aí entregaram o donativo, o qual é mandado para o Nordeste.
O PAF se organizou: grupos se encontram no decorrer dos dias, seja às 6h da manhã, às 13h, ou às 19h para sustentar o movimento com tempos fortes de oração.
No domingo dia 30 de janeiro, mais ou menos 100 pessoas participaram das 8 às 16h de um retiro espiritual. Assim, o PAF dinamizou a nossa paróquia. ao mesmo tempo em Crateús se repetia o mesmo esquema, apoiado por Dom Fragoso.
Grupos de 07 de pessoas formaram-se para fornecer leite das crianças de famílias carentes. formaram 17 grupos de "necessitados" que três vezes por semana partilham uma "sopa popular". É uma ocasião de uma verdadeira festa nos bairros, com cantos, orações e muita alegria na criançada e nos adultos: uma família inteira fez uma légua a pé carregando um feixe de lenha para poder alimentar-se também:
Dona Atelina de Crateús escreve:
"Num ano de seca, num ano de carestia, de fome, de sede e violência, já estamos nos preparando pela vinda do menino Jesus. Não sei como agradecer das maravilhas que o PAF está fazendo comingo. Se não houvesse o PAF eu estaria passando uma fome muito grande dentro da minha casa, com os meus filhos".
O segredo desta Campanha é: "Tive fome e me destes de comer"(Mt 25, 35). O fantástico é ...
O EVANGELHO DE JESUS CRISTO VIVIDO HOJE!
Padre Alfredinho

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

TESTEMUNHO DE VIDA DE UM PADRE FILHO DA CARIDADE.

Era manhã, por volta de umas 7h 30m. quando chegou o padre Alfredinho (Fredy Kunz) na comunidade São João Batista no parque João Ramalho em Santo André. Vestido com simplicidade, o religioso chegou e sentou-se no chão meditando um pouco. Para alguns que não o conheciam se perguntavam: "O que este mendigo está fazendo tão perto do altar?" e não demorou muito para uma pessoa chamar o voluntário Luiz Carlos e pedir-lhe que fosse retirar o padre Alfredinho daquele lugar.
Infelizmente a pessoa não conhecia este santo homem. Bastou dar 8h da manhã e a missa iniciar, para que o padre Alfredinho aparecesse com uma túnica branca, com a estola própria de dia, dirigindo-se ao altar. Com sua espiritualidade de muita profundidade, o nosso irmão Fredy Kunz cativou a todos, inclusive aqueles que tinham estes preconceitos tolos.
A missa encerrou, o fato ficou marcado no coração das pessoas e sem precisar ofender ninguém, apenas com gestos de não violência, o padre Alfredinho evangelizou, ensinando-me que numa celebração eucarística e na vida, quem deve aparecer é Jesus Cristo, o Servo Sofredor e não os seres humanos.
Que sejamos servidores uns dos outros, saiamos de nossos degraus da prepotência e da arrogância e vamos nos situar na fileira dos pobres, pois Jesus Cristo está nestes lugares preferencialmente.

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