"Sendo assim, vamos gozar os bens presentes e usar as criaturas com ardor juvenil. Vamos embriagar-nos com os melhores vinhos e perfumes, e não deixar que a flor da primavera escape de nós. Vamos coroar-nos com botões de rosa, antes que murchem. Que nenhum de nós fique fora de nossas orgias. Vamos deixar por toda parte sinais de nossa alegria, porque essa é a nossa sorte e o nosso destino. Vamos oprimir o pobre inocente e não vamos poupar as viúvas, nem respeitar os cabelos brancos do ancião. A nossa força será regra da justiça, porque o fraco é claramente coisa inútil".
Este texto pode muito bem ser aplicado aos parlamentares eleitos e que tomarão posse em janeiro, pelo menos deveriam aparecer na câmara dos deputados e do senado, no início do ano. Sem generalizar, mas é uma apunhalada no povo este aumento nos salários dos deputados federais e dos senadores.
Na campanha política muito se falou no aumento real do salário mínimo e num tom de provocação, a campanha do PSDB tirava a nota de R$ 10,00 (de cor vermelha) trocando-a pela nota de R$ 100,00 (nota azulada), prometendo um salário mínimo de R$ 600,00 quando o DIEESE aponta que o salário mínimo ideal à família brasileira (casal com dois filhos) precisa ser de R$2.000,00. Quando se fala em aumento para o trabalhador(a) é sempre a mesma falácia: "Com este aumento, a previdência irá quebrar". Causa estranheza escutar que a nossa previdência (INSS) pode ir à falência quando o aumento dos trabalhadores é irrisório, enquanto que a previdência dos congressistas, a tal da IPC (Instituto de Previdência dos Congressistas) nunca tem dificuldades econômicas.
Tenho raiva quando fico vendo maus políticos, como o Paulo Maluf, receber um diploma de posse, mesmo enquadrado na lei da Ficha Limpa, uma iniciativa popular; quando este cidadão deveria receber uma ordem de prisão por ter cometido tantos crimes comprovados contra o erário nacional. Sei que como sacerdote devo pregar a Palavra de Deus, e por isto mesmo creio que a minha obrigação profética deve denunciar estes políticos gananciosos, injustos e promotores da grande desigualdade social que vivemos em nosso país.
Esses políticos, novamente aviso que não estou generalizando, pois existem parlamentares éticos, com ótima idoneidade moral e praticantes dos valores cristãos; que aprovaram este aumento abusivo em seus próprios salários são uma vergonha nacional, pessoas que optaram a seguir o deus do ter.
Na Campanha da Fraternidade de 2010 veio uma proposta: "Vós não podeis servir a Deus E ao dinheiro". Infelizmente a maioria dos parlamentares fizeram a escolha pelo dinheiro, não pensaram na projeto de vida e liberdade que Deus tem para todos e não apenas para alguns privilegiados. Sei que este escrito não será importante e até será esquecido para boa parte dos eleitores, sei também que os deputados e senadores não darão muita bola, porém, como gostaria que todo o nosso povo escrevesse uma carta para os políticos eleitos, condenando este gesto abusivo e ganancioso.
Estou escrevendo protestando contra todos vós que aumentaram seus salários abusivamente, e em nome do Deus do Ser, este Deus que sou seguidor, não tenho comprometimento com políticos interesseiros, mesquinhos e egoístas, mas o governante que sigo e adoro é Jesus Cristo, o Filho de Deus que denunciou as autoridades políticas injustas de seu tempo e lembrem-se o povo pode estar um pouco adormecido, mas tomem cuidado quando a nossa gente acordar.
Enfim, a todos vós que votaram pelo aumento dos próprios salários:
"VAMOS TER UM POUCO DE VERGONHA NA CARA"
Padre Luiz Carlos, fc
Recusa do prêmio
ResponderExcluirO Bispo Emérito de Limoeiro do Norte (CE), Dom Manuel Edmilson da Cruz, usando da palavra, agradeceu pela comenda, porém, explicou que não podia aceitar o prêmio.
“Sinto-me primeiro, perplexo; depois decidido. A condecoração hoje outorgado não representa a pessoa do cearense maior, que foi Dom Hélder Câmara. Desfigura-a, porém. [...] Só me resta uma atitude: recusá-la! Ela é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão, à cidadã contribuintes para o bem de todos, com o suor do seu rosto e a dignidade de seu trabalho. É seu direito exigir justiça e eqüidade em se tratando de honorários e de salários. Se é seu direito e eu aceitar [o prêmio], estou procedendo contra os Direitos Humanos. Perderia todo o sentido este momento histórico. O aumento a ser ajustado deveria guardar a mesma proporção que o aumento do salário mínimo e da aposentadoria. Isto não acontece. O que acontece, repito, é um atentado contra os Direitos Humanos do nosso povo”.
Interrompendo a resposta do presidente da mesa a sua declaração, acrescentou ainda: “Isso é um grito de um ser humano ferido!”